sexta-feira, 11 de setembro de 2015

black friday



No dia 4 de setembro de 2015, exatamente 28 anos depois de Aílton Krenak discursar no Congresso Nacional pintando a cara do preto do jenipapo, realizamos, com as pinturas corporais que tínhamos à mão, a Sexta-feira Indígena na UFS.

Muito obrigado a todos que participaram, contribuíram, apoiaram, divulgaram, comentaram, criticaram, carnavalizaram, canibalizaram, atenderam e entenderam essa Sexta-feira.

A forte presença de não índios, dos Xokó de Sergipe e de outras etnias (inclusive os convidados de Porto do Colégio, que não puderam ir por força maior do legítimo bloqueio grevista) fez o evento cumprir seus melhores objetivos: aproximar as comunidades indígena e universitária, afirmar a presença política e cultural dos povos indígenas de Sergipe e Alagoas, e discutir o desenvolvimento, a gravidade e a atualidade das lutas indígenas.

Foi exemplar a apresentação, reflexão e debate sobre os vídeos “Índio cidadão?”, apresentado por Aílton Krenak, e “Terra sagrada do povo Kariri-Xocó”, produzido pela Rever. No primeiro filme, o percurso da luta pelos direitos indígenas e a narrativa testemunhal do genocídio Kaiowá em marcha no Brasil. No segundo, no contexto nordestino, os processos de retomada ainda em curso, como dos índios de Alagoas. 

Saímos todos do evento de cenho franzido, que a guerra fratricida continua, mas, se isso é possível, também com algum sorriso no rosto, pois cada vez tem mais gente do nosso lado da briga. Pra isso serve uma Sexta-feira.