No dia 4 de setembro de 2015, exatamente 28 anos depois de Aílton
Krenak discursar no Congresso Nacional pintando a cara do preto do jenipapo,
realizamos, com as pinturas corporais que tínhamos à mão, a Sexta-feira Indígena
na UFS.
Muito obrigado a todos que participaram, contribuíram, apoiaram,
divulgaram, comentaram, criticaram, carnavalizaram, canibalizaram, atenderam e
entenderam essa Sexta-feira.
A forte presença de não índios, dos Xokó de Sergipe e de
outras etnias (inclusive os convidados de Porto do Colégio, que não puderam ir por
força maior do legítimo bloqueio grevista) fez o evento cumprir seus melhores objetivos:
aproximar as comunidades indígena e universitária, afirmar a presença política
e cultural dos povos indígenas de Sergipe e Alagoas, e discutir o
desenvolvimento, a gravidade e a atualidade das lutas indígenas.
Foi exemplar a apresentação, reflexão e debate sobre os vídeos
“Índio cidadão?”, apresentado por Aílton Krenak, e “Terra sagrada do povo
Kariri-Xocó”, produzido pela Rever. No primeiro filme, o percurso da luta pelos
direitos indígenas e a narrativa testemunhal do genocídio Kaiowá em marcha no
Brasil. No segundo, no contexto nordestino, os processos de retomada ainda em
curso, como dos índios de Alagoas.
Saímos todos do evento de cenho franzido, que a guerra
fratricida continua, mas, se isso é possível, também com algum sorriso no
rosto, pois cada vez tem mais gente do nosso lado da briga. Pra isso serve uma
Sexta-feira.