terça-feira, 28 de julho de 2015

sobre aílton



Foto: Gustavo Rubio/ISA

Uma das nossa principais lideranças indígenas, o Krenak Aílton nasceu no médio Rio Doce, Minas Gerais. Ambientalista, escritor, jornalista, é presença forte no movimento indígena brasileiro desde o final dos anos 70, participando da criação da União das Nações Indígenas. Aqui entre nós, o trabalho seminal de Aílton inspirou, em 1985, a criação da União dos Índios do Nordeste, coordenada então por Apolônio Xokó.


Na tribuna da Assembleia Nacional Constituinte de 88, lança um duro discurso contra o descaso do mundo branco com a questão indígena. Espero não agredir - diz o líder indígena – com essa minha manifestação, o protocolo desta casa. E pinta o rosto com a cor preta do jenipapo, em sinal de luto. Ou de guerra.


Participou do movimento Aliança dos Povos da Floresta, que reunia povos indígenas e seringueiros em torno da proposta da criação das reservas extrativistas, visando a proteção da floresta e da população que nela vive. De volta a Minas, Aílton criou o Núcleo de Cultura Indígena, ONG que realiza, desde 1998, o Festival de Dança e Cultura Indígena na Serra do Cipó.

Se não existissem aqui os brancos – diz Aílton Krenak – eu estaria lá na minha aldeia, com meu povo, caçando, guerreando, namorando. Mas como os brancos existem, tive que trocar toda essa vida paradisíaca por uma vida chata de ficar conversando com as pessoas, negociando politicamente, sendo transigente ou intransigente, sendo tolerante, e às vezes sendo duro.

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